Patrulha do Destino | “A mente é o Limite” (s01e01)

Patrulha do Destino | “A mente é o Limite” (s01e01)

18 de fevereiro de 2019

4minutos de leitura

Eu ainda não assisti a primeira temporada de Titãs. Admito que não estou muito interessado na série, mas fiquei animado quando soube que a Patrulha do Destino foi introduzida por lá. Eu adoro o grupo e é um daqueles que merecia mais atenção do público, então é óbvio que estou feliz pelo spin-off(tecnicamente a versão live action do grupo foi originada em Titãs) ter começado com o pé direito.

E antes que as comparações comecem, vou logo tirar isso do caminho: existem alguns elementos essenciais da premissa que podem ser similares aos do famoso grupo mutante, X-Men: um líder rico e inteligente em cadeira de rodas e um grupo de desajustados tentando trabalhar em equipe; mas a HQ de Patrulha do Destino foi originalmente lançada apenas alguns meses ANTES da primeira revista de X-Men — Ou seja, não sabemos se Stan Lee deu uma passada nos escritórios da DC ou o contrário (acredite, esse tipo de coisa era comum entre as duas editoras), mas pelo menos podemos esclarecer logo isso.

Patrulha do Destino (ou Doom Patrol, no original) foi criada pelo trio Arnold Drake, Bob Haney e Bruno Premiane, em 1963, na revista My Greatest Adventure. Eles foram tão bem recebidos que a HQ foi renomeada com o título do grupo. A série de TV traz os membros do grupo original, mas tem uma trama mais parecida com a fase escrita por Grant Morrison, que foi uma das mais aclamadas pelos leitores.

Comandados pelo Dr. Niles Caulder, mais conhecido como Chief, um grupo de pessoas com habilidades inacreditáveis lida com a perda de suas vidas passadas. Larry Trainor era um piloto da Nasa; Ritta Farr, uma atriz renomada; Cliff Steele, um campeão em corridas automobilísticas. Todos sofreram acidentes que mudaram suas vidas. Agora são, respectivamente, Homem Negativo, Mulher Elástica e Homem-Robô. Cada um com características distintas e motivos diferentes para permanecer na casa de Niles. Além deles, temos Crazy Jane, uma jovem com múltiplas personalidades, cada uma com um poder diferente.

O elenco da série é notável, com nomes como Matt Bomer (de White Collar) e o misterioso Timothy Dalton, sem contar o retorno de Brendan Fraser, que esteve de volta algumas vezes em séries menores, mas nada com a visibilidade de uma adaptação de quadrinhos da DC. Vale ressaltar que Bomer e Fraser são os únicos personagens que tem seu rosto completamente coberto, e por isso apenas emprestaram suas vozes para os heróis (claro que em cenas de flashback, temos os dois atuando em suas vidas “normais”). É engraçado, mas pelo menos não afeta a experiência. Dalton está charmoso como sempre e April Bowlby tem a elegância necessária para uma personagem como Ritta Farr. A minha adição favorita ao elenco é Alan Tudyk, que geralmente rouba a cena e acaba sendo a melhor parte em qualquer coisa que participa, e aqui seu talento é mais do que necessário, já que interpreta o Sr. Ninguém, talvez o principal antagonista da temporada.

Patrulha do Destino

Não se fala muito sobre Crazy Jane no primeiro episódio, mas ela tem um bom tempo de desenvolvimento de personagem durante suas conversas com o Homem-Robô. E por falar nele, o drama principal do episódio envolve as tentativas de Cliff para lembrar o que aconteceu antes de se tornar uma máquina, no acidente que fez com que a única coisa que sobrasse dele fosse seu cérebro. Os flashbacks, assim como a narração (feita por Tudyk, o que achei criativo e espero que seja assim até o fim), foram inseridos pontualmente, sem atrapalhar o que está acontecendo com os personagens no presente. Cliff lembra do acidente constantemente, mas talvez sua mente esteja lhe enganando. A série abre caminho para um arco envolvendo sua filha, e podemos ver logo de cara como ela é importante para ele. Algumas das sequencias mais marcantes do episódio envolvem a luta de Cliff para tentar movimentar seu novo corpo de metal, e essa parte é muito bem executada, com excertos de memórias de sua filha onde o presente invade o passado.

Mesmo que Cliff seja o destaque do episódio, pode-se ver a preocupação em contar a história de cada elemento do grupo. O clímax do episódio envolve um passeio pela cidade, com cada personagem procurando algo diferente para fazer: Ritta decide comer algo em um restaurante com temática clássica e Larry quer apenas pedir uma cerveja. O que vem em seguida é um pouco da demonstração do que eles podem fazer com suas habilidades.

Esse é apenas o episódio piloto, mas é um ótimo começo que estabelece cada personagem e trama muito bem. A direção é competente e não traz muita experimentação, o que não é problema mas seria muito bem vindo em uma série onde uma mulher vira uma gosma nojenta, um homem consegue atravessar os cabos de energia e um jumento surge no meio da estrada para soltar uma mensagem no ar feita com sua própria flatulência. É bizarra, boca suja e bastante ridícula, Patrulha do Destino pode ser uma das melhores séries de herói do momento, mesmo que a própria não aceite isso.

Ficha Técnica:
Pilot, S01E01
Direção de Glen Winter
Roteiro de Jeremy Carver
Atuações de Diane Guerrero, April Bowlby, Alan Tudyk, Matt Bomer, Brenda Fraser, Timothy Dalton

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