Mrs. Davis | Jesus vs Inteligência Artificial, Ciência vs Religião
Continue LendoDaniel Milano
Divertida, irreverente e inteligente, Mrs. Davis é uma pérola
11minutos de leitura
Poucos nomes servem como símbolo de esperança e compreensão como Picard, um dos personagens mais importantes da ficção científica e da televisão, interpretado por Patrick Stewart na série Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, que teve sete temporadas entre os anos 1987 e 1994. Mesmo sendo mais aclamado na pequena tela, a última vez que vimos Jean-Luc Picard foi no filme Jornada nas Estrelas: Nemesis, de 2002, e desde então sentimos saudade do capitão da Enterprise.
Felizmente, quase duas décadas depois, tivemos a confirmação de que Patrick Stewart retornaria ao papel, estrelando uma nova série intitulada apropriadamente como Jornada nas Estrelas: Picard. No Brasil, teremos episódios todas as semanas através do serviço de streaming Prime Video, da Amazon, e já temos o primeiro, intitulado Remembrance, para analisar.
Há vários obstáculos no caminho que podem atrapalhar o desenvolvimento de Picard, incluindo a necessidade de atrair uma nova audiência para um personagem já estabelecido, sem contar que os fãs já possuem uma série da franquia Jornada atualmente, Discovery, com uma abordagem mais dinâmica e voltada para a estética dos filmes de J.J. Abrams, o que pode ser um problema, já que uma série focada em Picard parece demandar um tratamento mais introspectivo, com atenção maior aos diálogos e as atuações.
O resultado final é um híbrido entre a ação rápida da timeline Kelvin (criada para distinguir os filmes de J.J. Abrams, que apresentavam uma “linha temporal alternativa”) e da série Discovery, com toques de A Nova Geração, dando espaço para momentos de reflexão e silêncio. Talvez nem todos concordem com essa decisão, mas particularmente considero um compromisso necessário, desde que tenhamos um enredo e personagens consistentes.
Da mesma forma, Picard se beneficia dos avanços tecnológicos e o orçamento atual da televisão para entregar um visual cinematográfico, com uma câmera melhor, capaz de dar mais atenção aos detalhes, além de um tratamento melhor nas cores e uma estética limpa. A direção do primeiro episódio fica por conta de Hanelle M. Culpepper, que usa seu repertório em séries como Flash e a própria Discovery, para trazer um dinamismo para as sequências de ação, com coreografias mais elaboradas, como as empolgantes batalhas com Phasers. É um pouco estranho ver tanta ação em volta de Picard, mas faz parte do compromisso mencionado no parágrafo anterior.
Começamos a série com um Picard aposentado, conhecido como o ex-almirante que abandonou a federação para liderar uma frota de resgate depois do surgimento de uma supernova que acaba destruindo o planeta Romulus. O que já era uma missão arriscada, logo transforma-se em tragédia depois de um grupo de sintéticos se rebelarem, causando também a destruição do estaleiro de Utopia Planitia, localizada em Marte. Além de ligar com as repercussões de suas ações, Picard conhece Dahj, uma jovem procurando refúgio ao lado do ex-almirante.
Não há uma série sem Patrick Stewart, e o ator entrega tudo com uma performance mais contida e melancólica, um homem arrependido com uma vida solitária, acompanhado apenas de seus dois ajudantes romulanos e um cachorro, apelidado de Número Um. Mesmo mais velho, Stewart não esquece como é interpretar o personagem, que até em seu ponto mais baixo, serve como uma luz no meio de todo o embate político e a possível ameaça envolvendo as origens de Dahj, interpretada por Isa Briones.
No elenco também somos apresentados ao personagem de Alison Pill, a cientista Agnes Jurati, que auxilia Picard em uma busca sobre o passado de seu amigo, Data, papel reprisado por Brent Spiner. No fim, conhecemos também Narek, personagem de Harry Treadaway. Como é apenas o primeiro episódio, o que temos é uma grande introdução ao universo da série, sem muito espaço para o desenvolvimento dos personagens, então ainda é cedo para avaliar como cada um está indo, se bem que até o momento todos parecem bem confortáveis, principalmente os veteranos Stewart e Spiner.
Com a bela composição musical de Jeff Russo, conhecido por seu trabalho em Fargo, Legion e – mais uma vez – Discovery, ótimos visuais e uma trama promissora, Remembrance é um ótimo ponto de partida para essa nova jornada.
Agora, vamos para a parte em que analisamos alguns aspectos específicos do episódio:
MAKE IT SO – Referências, Teorias e Easter Eggs – SPOILERS!
O que achou do episódio?
Picard está de volta e a série parece mais promissora do que alguns imaginaram, principalmente depois de acabar com algumas teorias que estavam preocupando os fãs.
Semana que vem tem mais, até lá. Engage! 🖖
Daniel Milano
Divertida, irreverente e inteligente, Mrs. Davis é uma pérola
Roberto Honorato
Imaginando o futuro de ontem na série retrofuturista da Apple